Casos de sarampo crescem 11 vezes nas Américas em 2025 e OMS emite alerta
Brasil já teve surtos recentes e baixa cobertura vacinal preocupa especialistas
Publicado em 30/04/2025 às 17:00
Capa Casos de sarampo crescem 11 vezes nas Américas em 2025 e OMS emite alerta

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta internacional nesta semana devido ao crescimento alarmante dos casos de sarampo na região das Américas. De 1º de janeiro a 18 de abril de 2025, foram registrados 2.318 casos da doença, com três mortes, o que representa um aumento 11 vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a OMS, a maioria dos casos está concentrada em pessoas entre 1 e 29 anos, a maioria não vacinada ou com status vacinal desconhecido. A entidade voltou a destacar que o sarampo é altamente contagioso, transmitido pelo ar, e pode provocar complicações graves como cegueira, pneumonia e até a morte.

A queda nas taxas de vacinação tem sido o principal motivo para o retorno da doença, alerta o infectologista Renato Grinbaum. “O descrédito em relação às vacinas, que aumentou durante a pandemia, contribuiu para a queda da cobertura. Isso abre caminho para o vírus voltar e circular novamente, inclusive no Brasil”, disse o especialista.

Situação no Brasil

Embora o Brasil tenha recuperado em 2024 o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela OMS, o país ainda registra casos importados, com ocorrências recentes nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O último caso autóctone (transmissão local) foi registrado em 2022.

A vacinação gratuita está disponível na rede pública de saúde. O esquema vacinal prevê duas doses para pessoas de até 30 anos, e uma dose para quem tem entre 30 e 60 anos. Quem não tem certeza se foi imunizado pode se vacinar novamente, sem riscos.

Segundo a OMS e o Unicef, mais de 22 milhões de crianças no mundo não receberam a primeira dose da vacina apenas em 2023. Na Europa, o número de casos em 2024 foi o maior desde 1997, com 127 mil infecções, o dobro em relação ao ano anterior.

Grinbaum reforça: “Eventos adversos graves são raríssimos, mas os benefícios da vacina são evidentes. Por décadas, ela evitou milhares de mortes e internações. Precisamos retomar a confiança nas vacinas”.

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